A rosa

 A rosa com que me pediste que fosse tua

dorme ainda sobre a minha cama,

despida de cor, dorme nua,

mas reage ainda a quem a chama. 


Esperei por cada pétala e seu ruir, 

mas tal não aconteceu e contra meu desejo

a única coisa que acabou por cair, 

foram as armas com que me protejo. 


De ser revolver carregado, 

sem nada a perder e pronto a disparar,

passo a vaso de barro moldado, 

que por frugal flor se deixou levar. 


Será como no cinema já ancião, 

em que tudo acaba bem? 

Ou será dura e atual ocasião,

Em que te fazem de refém? 


Só sei que sem água ou ar para tragar, 

Teu cale ali segue, sempre de pé

E se isso não é sinal de que tudo vai dar certo,

Pois então eu não sei o que é.



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