Carlos Nejar - Arvore do mundo

Se perguntas onde fui,
devo dizer: o mar.
Esteve sempre ali,
mesmo estando a mudar.
Foi ali que escrevi
tua pele, teu suor.
Ao tempo, seus faróis.
Não mudei de mudar.
O que mudou em mim,
senão andar mudando
sem nunca mais mudar?
Quem mudara em mim,
se não sei mudar?
Ou me mudei. Sou outro.
Outra aventura,
outra virtude, cadencia,
remota criatura.
Então que se apresente.
Seja tenaz, plausivel
esse rosto invisível
e áspero.
Mudei. Soprava o mar.
Mudei de não mudar.

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